sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

da Dor



Há muitas formas de dor 
e esta assume formas e proporções em cada um, 
variando com as circunstâncias, 
para além do próprio.

Dizem que a Dor é necessária, 
faz parte do crescimento
e sem ela viveríamos num estado pantanoso,
sem evolução ou crescimento.

Será?

Que aconteceria com a abolição planetária da referida?
Já pensaram?

Eu assumo: Não gosto de dor,seja física, emocional ou imaginária.
Não gosto, pronto!

E quem disse que a vida é como gostamos ?

Para além das divagações existenciais, 
a dor é verdadeira, 
real,
tanto como o mundo ou o 'eu'.

Sente-se, somatiza-se, inibe, protege...existe,
para além de fazer com que a  ausência dela seja desejável e possa conduzir à loucura.

Os sofrimentos maiores têm nascente em dores improváveis.

Por exemplo, dói-me imenso a viagem de músicas associadas a sentimentos, pessoas, lugares ou datas.

Bastam uns pequenos acordes,
(até posso estar descontraída)
'daquela' melodia ou tema 
e a mente, o corpo doem como se a morte me espreitasse.

O desconfortável faz procurar o prazer,
o deleite, a satisfação no seu todo.

Quando a intensidade ultrapassa a escola do razoável ou suportável,
há tendência para o refúgio de alegrias de momento,
cavernas onde podem habitar dores maiores.

Há que tomar consciência,
sentir,
aceitar 
...a dor...
sob pena de vivermos 
na lei do medo.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

do (meu) aniversário

Sim!

Faço anos, e agora?

E depois?

Não gosto, não gosto, ponto final !


Que me interessa se dizem ( eu sei) que a alternativa é pior ?

Que me interessa a sabedoria dos anos, da experiência acumulada?

Afinal, não é doentia a acumulação e o enchimento de vidas, de armários, de pensamentos?

A página em branco, a roupa sem manchas não é mais atractiva e desejável?


Toda eu sou questões, perguntas, dúvidas e ainda mais interrogações.

E não gosto, ponto sem final.

Ao focar-me neste monte de 'não', vejo de relance o 'sim', possibilidades, sombras coloridas assemelhadas  a festa e a vida no seu esplendor.

Não quero relances.
Quero tudo!

Quero o positivo incluindo o negativo.

Continuar esta luta contra o tempo, contra mim mesma e 
simplesmente
gostar desalmadamente
como se não houvesse amanhã
e todos os dias 
fosse o meu aniversário.

* Parabéns para mim *


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Do Vazio



Há quem fuja do vazio,
quem o procure,
quem o receie,
quem o busque.

Há sempre pessoas para tudo, costuma dizer-se.

O vazio significando o nada, a ausência, o oposto do cheio, da plenitude, parece desmotivador e a evitar.
Contudo, se pensarmos no cheio como atafulhamento, transbordo e até saturado,
será assim tão mau?

Onde há espaço há a possibilidade de preenchimento, de abertura ao novo, ao desconhecido.

E neste equilíbrio se pratica a difícil arte da  existência.

Há  quem se deprima no vazio,
há quem se transcenda nele
e por ele.

Naturalmente, o medo é-nos natural, faz-nos ter consciência e prestar atenção a nós, ao mundo, é questão de sobrevivência.

Quando o vazio se instala na realidade ou na mente pode surgir o temor,
seguido da desconfortabilidade
que se procurará eliminar em atulhamento
nem sempre saudável e necessário.


sábado, 7 de janeiro de 2017

Das Importâncias


O que é mais importante para ti:

* amar ou ser amado?

* dar ou receber?

 volvidas algumas horas a dedicar o assunto:


Pensei no assunto,
encontrei as minhas respostas:

* amar, é de longe, é mais bonito e porque não de maior importância, do que ser amado?!

* dar, é sempre fonte de felicidade e não precisa do 'saber aceitar' do receber!

Amemos, pois,
sem condições, 
sem esperas de reciprocidades.

Ofertemos, pois,
sem ânsias de gratidões,
só porque damos 
o que temos
mesmo que seja só nosso.

Tudo vem de nós.
Tudo tem de estar em nós.
Só assim, os outros e as suas ofertas (amorosas ou outras) podem ser verdadeiras dádivas e 
respeitosamente,
podemos torná-las nossas.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Da Dor



Há 2 /grandes) grupos de dor:
* a física
* a emocional.

Qualquer uma associa-se a algo de indesejável,
a evitar.

Podem ser múltiplas as suas origens
bem como diversificadas serão as formas de as sentir,
de graduações quase sempre subjetivas
e, até,
circunstanciais.

Os padecimentos físicos serão mais facilmente contornados com auxilio das medicinas,
terapias e afins.
Isto...em principio.
Porque as dores emocionais não se mensuram tão linearmente,
ou será ao contrário?
Também aqui o recurso às ciências terapêuticas  pode ajudar.

Seja como for,
em geral,
a dor é algo de que não se gosta.
( eu não vivo bem com ela, confesso).

É natural que assim seja.

Imagina-se um mundo sem ela?
Será necessária para se poder apreciar a sua ausência?

Faz parte do ser-se humano...ter dores que podem originar,
ou não,
o sofrimento.

Ligados, mas diferentes.

Como adultos, 
sabemos dela e a relação escolhida
pode dizer muito sobre nós.

Ajuda-nos a crescer?
Ou só nos dá apetites de desaparecer?